Navegar é preciso.
As primeiras navegações certamente ocorreram em rios e lagos. Para navegar utilizavam-se de pontos de referência visíveis como curvas do rio, elevações ou até mesmo edificações.
Com o passar do tempo o homem resolveu aventurar-se por águas mais profundas, enveredando por mares e oceanos. Foi necessário recorrer a outros meios para poder localizar-se e saber se estava indo na direção certa.
Os astros mostraram-se um forte aliado nessa nova empreitada. Assim surgiram instrumentos para, medindo a posição dos astros no céu, ajudar a estabelecer a posição do navegante em relação ao equador (longitude) e em relação ao meridiano zero (latitude).
O astrolábio, o quadrante e a balestilha são alguns exemplos dessas ferramentas. A eles se juntaram as cartas náuticas, a bússola.
A ampulheta e a corda com nós fizeram uma ótima parceria permitindo a medição da velocidade com que caravelas e naus se moviam pelos “mares nunca antes navegados”. Uma combinação comum era lançar uma corda com nós a cada 14 pés e 3 polegadas (14,4 metros) de distância entre eles, presa a uma barquinha, e medir o tempo com uma ampulheta que esvaziava a cada 28 segundos. Assim a cada nó correspondia uma velocidade de 14,40 metros a cada 28 segundos, ou seja, 1852 metros por hora. (Uma milha náutica por hora = 1 nó). Por que de 1852 metros? Porque essa distância corresponde a um minuto na graduação de 360 graus da circunferência terrestre (subdivide-se em graus, minutos e segundos).
Com o avanço da navegação e dos meios de transporte.
Esses instrumentos mostraram-se insuficientes. Voar num avião a doze mil metros de altitude e novecentos quilômetros por hora em meio a um céu nublado seguramente não é o melhor lugar para usar astrolábios nem cordas com nós.
Muitos outros recursos foram inventados ao longo dos anos.
Atualmente o Sistema de Posicionamento Global (GPS) é o mais utilizado. Associado com mapas gerados a partir de fotografias de satélite de alta resolução apresenta uma precisão impressionante.
Mas nada disso faz sentido se o navegante não sabe seu ponto de partida e destino.
PARA QUEM NÃO SABE PARA ONDE VAI QUALQUER CAMINHO SERVE.
Parece piada, mas não é.
Frequentemente, ao perguntar a nossos clientes qual é seu plano de negócios para este e os próximos anos, recebemos como resposta “não sei, vai depender da conjuntura, do governo, inflação, etc….”.
Seria como se, ao perguntar ao navegante qual o seu destino ele respondesse “não sei, vai depender do vento, do tempo, da maré, etc….”.
Uma coisa são as condições de navegação, outra coisa é seu destino, seu objetivo! Você não é Zeca Pagodinho (Deixa a vida me levar…)
Definir objetivos é fundamental na gestão do seu negócio.
Eles lhe dão a direção, informações preciosas sobre o caminho a seguir e de que recursos você vai precisar.
Sem objetivos não há planos.
Sem planos não há um critério para tomar decisões: o certo e o errado, o prioritário, o obrigatório e o desejável. (Para quem não sabe para onde vai qualquer caminho serve, lembra?)
Se você tem dificuldades para traçar objetivos, aqui vão algumas dicas simples por onde começar.
Primeiro de tudo, saiba onde você está. Fazendo analogia com a navegação, você tem que definir seu ponto de partida. Sem isso você nunca saberá se seu destino (objetivo) é atingível.
Já presenciei casos em que um executivo disse “Vamos fazer uma pesquisa de satisfação de clientes. Nosso objetivo é de ter pelo menos 75% dos clientes no nível SATISFEITO para cima”.
Perguntei “Sabemos qual era o nível anterior? ”. Ele não sabia!
Plano perfeito, sair de NÃO SEI ONDE para 75% SATISFEITO ou mais.
Se o nível anterior for de 10% ou 15% essa meta é inalcançável. Se for de 85% essa meta é inócua, pois não representa desafio nenhum à organização.
Portanto, saber onde você está, é fundamental para poder elaborar qualquer objetivo e plano operacional.
A segunda dica é começar simples, manter simples. Defina poucos objetivos.
Eu tive um professor que dizia:
“QUEM TEM MUITOS OBJETIVOS NÃO É OBJETIVO”
Isso é uma síntese perfeita dos principais defeitos cometidos pelos executivos ao traçar seus objetivos e planos.
Defina objetivos claros e mensuráveis como faturamento, dias de estoque, orçamento de compras, margem, por exemplo.
Meça os valores atuais desses indicadores e estabeleça uma meta factível de melhoria para o ano seguinte, algo entre 5% e 20% por exemplo.
Trace planos de ação vinculados a cada objetivo para fazer com que ele siga em direção ao seu objetivo. O plano de ação é a rota que você vai percorrer, do valor atual para o novo.
Use seus instrumentos de navegação para acompanhar a evolução de cada um.
Deixe uma resposta